Dr. Adam Carpenter^1†

¹ Consultor anestesista, Groote Schuur Hospital (Universidade da Cidade do Cabo), Cidade do Cabo, África do Sul

Editado por: Dra. Clara Poon, Anestesista Consultora, Queen Mary Hospital, Universidade de Hong Kong, Hong Kong

^†E-mail do autor correspondenteadammsizi@yahoo.com

Publicado em 31 de dezembro de 2024

PONTOS-CHAVE

• A oximetria cerebral usa espectrometria de infravermelho próximo para avaliar a oxigenação cerebral.
• O valor derivado é uma média mista dos componentes arteriais e venosos e reflete a extração de oxigênio pelo cérebro.
• É um monitor de tendências que nos permite ver as mudanças contínuas na oxigenação cerebral.
• Há várias marcas disponíveis, e os médicos devem estar cientes das limitações e armadilhas ao interpretar suas leituras.
• Ele pode ser usado em uma ampla variedade de operações em que há preocupação com a perfusão cerebral inadequada.

INTRODUÇÃO

“É um monitor de tendências de grande valor em situações em que a saturação intracraniana de Hb pode mudar perigosamente e em que as mudanças na hemodinâmica sistêmica e na oxigenação não preveem essa mudança.” – Valerie Pollard e Donald S. Prough¹

Em pacientes sob sedação profunda ou anestesia geral, o monitoramento da perfusão cerebral é fundamental para a detecção precoce da isquemia cerebral. A pressão arterial sistêmica é um indicador ruim do fluxo sanguíneo cerebral, pois não leva em conta as variações anatômicas interindividuais (por exemplo, a integridade do círculo de Willis) e as diferenças fisiológicas (por exemplo, a robustez da autorregulação da pressão). Métodos alternativos para medir o fluxo sanguíneo cerebral, como o Doppler transcraniano e estudos radiológicos de perfusão, geralmente dependem do operador e consomem muitos recursos. A oximetria cerebral, que utiliza a espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS) para avaliar a oxigenação do tecido, oferece uma abordagem não invasiva, objetiva e à beira do leito para avaliar diretamente a oxigenação cerebral.

Neste tutorial, apresentaremos essa tecnologia, discutiremos tendências comuns e recentes em sua utilização clínica e reconheceremos algumas de suas limitações. Embora a NIRS tenha sido usada em outras partes do corpo, o uso da oximetria somática não será abordado neste artigo.