Joa ̃o Batista Santos Garcia1‡, Ana Laura Schwartzmann Bruno2
1 Especialista em Dor e Cuidados Paliativos, Professor Titular, Departamento de Anestesiologia, Hospital
Universitário, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil
2Especialista em Dor e Cuidados Paliativos, Professor Assistente, Departamento de Anestesiologia,
Hospital de Clı’ nicas, Universidad de la Repu’ blica, Montevidéu, Uruguai
Editado por: Christopher Haley, Arti Ori
‡E-mail do autor correspondentejbgarcia@uol.com.br
Publicado em 17 de dezembro de 2024

PONTOS-CHAVE

• A dor na doença falciforme (SCD) e no herpes zoster (HZ) costuma ser grave e pode ser difícil de controlar.
• Na SCD, a dor é uma característica predominante, seja ela aguda ou crônica. Ela causa um sofrimento significativo e exige uma
  abordagem imediata e abrangente.
• O tratamento adequado da dor na HZ é fundamental para melhorar a qualidade de vida e evitar o desenvolvimento da neuralgia
  pós-herpética.
• Várias estratégias foram propostas para tratar essas duas síndromes de dor durante as fases aguda e crônica.

DOR NA DOENÇA FALCIFORME
Introdução
A doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia hereditária e a doença hematológica mais comum em todo o mundo.1 É caracterizada por eventos recorrentes de vaso-oclusão que causam disfunção endotelial e inflamação. Os eventos vaso-oclusivos resultam em ataques dolorosos e danos progressivos aos tecidos e órgãos. Essas condições geram complicações graves, como a vasculopatia, bem como uma síndrome torácica aguda ou crise vaso-oclusiva.
Os episódios de dor aguda são a complicação mais comum da DF. Eles aumentam em frequência com a idade, e uma síndrome dor
crônica evolui em 30% a 40% dos adolescentes e adultos com DF e pode prejudicar significativamente a função.3