Dr. Louis Francois Taljard^1†, Dra. Edna Mu¨ ller², Dra. Ellen Kemp²

¹ Oficial Médico Anestésico, Hospital Acadêmico Chris Hani Baragwanath, Joanesburgo, África do Sul

² Consultor de Anestesia, Hospital Acadêmico Chris Hani Baragwanath, Joanesburgo, África do Sul

Editado por: Dr. Alison Jackson, Especialista em Anestesia, Te Whatu Ora Waikato, Hamilton, Nova Zelândia

^†E-mail do autor correspondentelf.taljard@gmail.com

Publicado em 11 de fevereiro de 2025

PONTOS-CHAVE

• O trauma maxilofacial pode resultar em fraturas do osso facial com danos significativos aos tecidos moles, causando distorção anatômica e desafiando o manejo das vias aéreas.
• Uma compreensão abrangente da anatomia facial e das vias aéreas, bem como do mecanismo da lesão, é fundamental para a avaliação e o tratamento eficazes das lesões maxilofaciais.
• A avaliação emergencial das vias aéreas é um componente essencial do Suporte Avançado de Vida no Trauma, com o objetivo de reconhecer precocemente o comprometimento das vias aéreas.
• A avaliação pré-operatória das vias aéreas tem o objetivo de prever o manejo difícil das vias aéreas.
• Lesões na cabeça e no pescoço geralmente acompanham traumas maxilofaciais de alta energia, intensificando a complexidade do gerenciamento das vias aéreas para os anestesistas.
• As lesões laringotraqueais, sozinhas ou em combinação com outras lesões que afetam as vias aéreas, podem progredir rapidamente para o comprometimento das vias aéreas e dificultar o seu manejo.
• A obstrução completa das vias aéreas superiores constitui uma verdadeira emergência médica. Ela deve ser identificada sem demora e tratada imediatamente.

INTRODUÇÃO

Este é o primeiro de um tutorial em duas partes com o objetivo de fornecer ao anestesista orientações práticas e recomendações para o manejo das vias aéreas de pacientes com trauma maxilofacial. Este primeiro tutorial apresenta recomendações derivadas da avaliação dos desafios associados a lesões de vias aéreas e faciais, incorporando protocolos de vias aéreas estabelecidos encontrados na literatura acadêmica atual. O segundo tutorial se concentrará nas técnicas de gerenciamento das vias aéreas (consulte o número 542 do ATOTW).

O controle das vias aéreas em pacientes com trauma maxilofacial geralmente representa um desafio significativo para o anestesista. O rompimento da anatomia facial e das vias aéreas, o edema, o sangramento e as lesões associadas contribuem para a complexidade de proteger a via aérea com segurança. Uma compreensão diferenciada de cada cenário é essencial para a preparação adequada e o gerenciamento bem-sucedido das vias aéreas. O entendimento completo do mecanismo de lesão é vital para que o anestesista possa prever possíveis sequelas adversas nas vias aéreas.